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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

SAIBA MAIS SOBRE A DENGUE...


Aedes aegypti: um seríssimo problema de saúde

O mosquito Aedes aegypti é hoje provavelmente o mais grave problema de saúde no , dada sua ocorrência em todos os Estados do País e o fato de que ele transmite os vírus causadores de três doenças humanas graves: a dengue, a dengue hemorrágica e a febre amarela. Para a febre amarela já existe vacina, a qual ajuda na sua prevenção, mas, apesar disto, hoje vivemos, em algumas regiões, sob forte ameaça dessa terrível doença. Para as outras duas doenças ainda não existe vacina, é difícil prever quando haverá e, além disso, não existe um tratamento específico para elas. Isto nos deixa muito vulneráveis e é exatamente por isso que temos que fazer tudo o que esteja ao nosso alcance para impedir o alastramento dessas doenças. A dengue é uma doença muito dolorosa, deixa seqüelas e na sua forma hemorrágica tem um alto índice de mortalidade. Segundo as estatísticas, em 2007 aproximadamente 500.000 pessoas tiveram dengue no Brasil, das quais pelo menos 250 morreram de dengue hemorrágica.

Conhecendo o Aedes aegypti

Para combater esse “inimigo”, é preciso lembrar um pouco de sua biologia e seus hábitos. O mosquito adulto é fácil de reconhecer por ser rajado de branco e preto, e isto é visível especialmente quando ele está assentado sobre uma parede clara.
O seu desenvolvimento é um processo que dura aproximadamente 7 dias (quando o calor é forte, a duração do ciclo diminui) e abrange 4 fases: ovo, larva pupa e adulto. A larva sai do ovo inicialmente bem pequena, alimenta-se bastante dos detritos existentes na água, movimenta-se muito e vai crescendo até se transformar na pupa (com formato de um ponto de interrogação), que também se movimenta muito rapidamente, mas não se alimenta. O desenvolvimento do ovo até a pupa ocorre obrigatoriamente na água. O mosquito adulto forma-se dentro da pupa e, quando está pronto, sai por uma abertura nas costas da mesma e voa. Da pupa só vai restar o envoltório na água.

Como ocorre a transmissão dos vírus

Os mosquitos adultos machos alimentam-se exclusivamente de líquidos doces (néctar) das plantas, mas as fêmeas adultas têm que se alimentar de sangue para que seus ovos se desenvolvam. Nesse processo, picando uma pessoa doente e depois uma ou muitas pessoas sadias, as fêmeas alastram a doença. Isto acontece porque, na picada, a fêmea do mosquito ingere os vírus que estão presentes no sangue da pessoa doente, estes se multiplicam em seu corpo e se alojam na sua saliva. Quando essa fêmea infectada pica outra pessoa, um pouco dessa saliva contendo vírus é injetada, a pessoa torna-se também doente e assim a doença se espalha. Uma vez infectada, a fêmea do mosquito torna-se vetor dos vírus até a sua morte, podendo levar a doença a muitas pessoas. Se houver um grande número de mosquitos no ambiente das pessoas doentes, a epidemia se instala rapidamente. Essa corrente de transmissão só pode ser quebrada se não houver mosquitos. Assim, elimina-los é nossa grande tarefa.

Ainda conhecendo o Aedes aegypti

O mosquito Aedes aegypti tem características biológicas que lhe conferem grandes vantagens para sobrevivência e que, por outro lado são muito ruins para nós.
As fêmeas do mosquito botam os ovos em águas paradas, limpas ou sujas, mesmo que essa água ocorra em pequena quantidade como a que cabe em uma tampinha de garrafa deixada no quintal ou um pedacinho de ou qualquer outro objeto que forme uma concavidade onde a água pode se acumular. Podemos pensar então que essa pequena quantidade de água não tem muita importância porque ela pode secar antes que o ovo desenvolva. Mas isto é engano porque, mesmo que a água seque, os ovos não morrem; eles podem permanecer vivos por até um ano e quando nova água encher aquele pequeno espaço poderão desenvolver-se.
Cada fêmea bota muitos ovos, cerca de 300 ou mais (já ouvi alguém dizer que ela pode botar até mil!). Portanto, uma só fêmea pode originar uma “multidão” de mosquitos! Outra característica que é ótima para o mosquito, mas é péssima para nós.

Estratégias para eliminar o mosquito

Se a prevenção das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti requer que ele seja eliminado, como fazer isto?
Podemos pensar que uma boa forma de eliminar os adultos é pela pulverização com inseticidas. Errado. A pulverização com inseticidas, hoje só se faz em situações especiais porque os mosquitos se escondem dentro das casas e outros locais onde escapam ao efeito do inseticida e também porque os mosquitos estão se tornando resistentes a essas substâncias, isto é, elas já não os matam. Essa resistência está surgindo porque os inseticidas usuais matam apenas os mosquitos suscetíveis. Como os mosquitos mais fortes ou resistentes não morrem, eles se reproduzem e originam filhos em sua maioria resistentes e assim a população de mosquitos acaba ficando predominantemente resistente. Esta é outra característica que beneficia o mosquito, mas que torna mais difícil sua eliminação.
Além disso, o uso de inseticidas cada vez mais fortes causa sérios danos à porque na tentativa de matar os mosquitos, os inseticidas matam insetos úteis (como abelhas e outros), podem matar pássaros que comem insetos envenenados, são levados para os rios onde envenenam os peixes, etc, e também são tóxicos para o homem e os domésticos.
Por essas razões, a pulverização atualmente é feita quase que apenas nas redondezas de casas onde há pessoas com as doenças transmitidas pelos mosquitos.

Ainda estratégias para eliminar o mosquito

Outra possibilidade de eliminar os mosquitos é a de matá-lo na fase de larva, quando ele pode ingerir produtos tóxicos colocados na água. Se a larva não chegar à fase adulta, não há risco de transmissão dos vírus. Mas, esta ainda não é a estratégia ideal. As larvas também já estão se tornando resistentes aos inseticidas usados para matá-las, além do que os inconvenientes para o meio ambiente são os mesmos já mencionados para uso de inseticidas em adultos. A aplicação de produtos alternativos também pode não ser 100% segura, se a larva já estiver prestes a se transformar em pupa (quando ela para de ingerir e fica “fechada” para o ambiente) ou quando mostra também alguma resistência ao produto utilizado ou quando esse produto não é usado corretamente.
Assim chega-se à solução que melhor funciona: eliminar as águas paradas, a que também chamamos de criadouros. Se não houver águas paradas, as fêmeas não terão um lugar adequado para que seus ovos se desenvolvam e assim, a população de mosquitos vai se tornando pouco numerosa até não mais representar perigo. Esta é a nossa missão principal. A população precisa se conscientizar dessa urgente necessidade.

Eliminando criadouros

É incrível o que pode servir de criadouro para o mosquito Aedes aegypti: qualquer recipiente que acumule água parada, mesmo em pequena quantidade, dentro ou fora das casas. Já mencionamos tampinhas e pedaços de plástico, mas larvas têm sido encontradas até na água de ferros de passar a vapor, ou na canaleta onde correm os vidros do box nos banheiros. É impossível fazer uma lista completa de criadouros porque cada região do País e cada têm suas peculiaridades. Por exemplo, em algumas regiões do País, onde não há água encanada, é preciso armazenar a água em vasilhames, o que é feito em talhas ou potes, no interior das casas. Em algumas residências, as pessoas mantêm em vasos com água, há quem crie gato, , passarinho que têm suas vasilhas de água para beber, há quem tenha aquários com peixes ou tanques para tartarugas. Há quem tenha piscina, onde além da água ter que ser tratada, deve-se ficar atento a qualquer depósito de água ao redor da mesma (por exemplo, o buraco onde se encaixa a rede para jogar biribol, os ralos de escoamento de água e a estrutura por onde escorre a água das cascatas).
Pode-se dizer que cada casa tem possíveis criadouros de mosquitos específicos e, portanto, só cada um de nós pode cuidar adequadamente deles. É tarefa de cada um, intransferível.

Ainda os criadouros

São também locais onde frequentemente ocorre a criação de Aedes: calhas entupidas, lajes com água parada, caixas d´água destampadas, pneus, garrafas, latas e qualquer outro vasilhame deixados ao relento e onde a água da chuva pode se acumular, ralos de escoamento onde a água se acumule, dentro ou fora da casa, vasos sanitários não utilizados e mantidos abertos, bandejas de , e outros. Como proceder para eliminar o perigo: jogar fora o que já não é útil, colocar em lugar coberto o que precisa ser guardado, desentupir as calhas frequentemente, limpar as lajes, manter caixas d´água, vasos sanitários, talhas ou outro reservatório de água limpos e cobertos e manter vigilância constante sobre estes e outros possíveis criadouros.

Criadouros nos jardins

Nos jardins, os mosquitos desenvolvem-se principalmente nos pratos colocados sob os vasos para segurar o excesso de água da rega, na superfície de vasos deixados ao relento, onde se acumula uma fina camada de água sobre a terra dura, e nas plantas com folhas ou flores em forma de cálice que guardam água no seu interior, como é o caso das bromélias. Como proceder neste caso? Duas soluções são: eliminar os pratos dos vasos ou controlar a quantidade de água que é colocada no vaso quando é regado, de modo que essa água não extravase para o prato e nem forme uma camada sobre a terra. É preferível regar a planta com menos água e maior freqüência do que expor a família e a vizinhança a ficar doente. Pode-se também recolher os vasos que ficam ao relento para locais cobertos para evitar acúmulo de água da chuva ou, na impossibilidade, transferir as plantas para a terra do canteiro. Nas plantas com “cálice” como as bromélias, se estiverem plantadas em vasos, regar com regador evitando jogar água no seu interior, e “deitar” o vaso para derramar a água que eventualmente ali se acumule. Se as bromélias são numerosas e plantadas em canteiro, é melhor transferir algumas para vasos, onde podem ser cuidadas mais facilmente, como acima descrito, e eliminar as demais. A hora é de emergência e o que pode parecer absurdo é apenas o necessário para salvar a vida de muitos.

Substâncias alternativas que podem ser usadas no controle

Os órgãos municipais, responsáveis pela saúde da população têm recomendado o uso de sal fino de cozinha (uma colher de sopa para um copo de água) e água sanitária (uma colher de sopa para cinco litros de água) para criadouros em potencial que não podem ser eliminados, como ralos de escoamento de água.
Um subproduto de uma das linhas de pesquisa de meu laboratório (Laboratório de Vetores, UNESP de São José do Rio Preto, SP (linha que já desenvolvo há aproximadamente 20 anos), mostrou que a borra de café (o pó que resta no coador após preparado o cafezinho e que é jogado fora) é tóxico para a larva do Aedes. Trabalhando com alunas de mestrado e doutorado em Genética (destaco aqui Alessandra Laranja e Marluci Guirado), verificamos, em observações repetidas desde 2001, que numa proporção de quatro colheres de sopa cheias da borra para um copo de água, as larvas são intoxicadas e morrem entre 24 horas e 48 horas, mas mesmo as que demoram mais para morrer não evoluem para a fase seguinte do desenvolvimento, portanto, não chegam à fase adulta que é a fase da transmissão.
Importante, porém, é que nova borra deve ser acrescentada a cada sete dias, porque, como qualquer substância, ela também perde a validade.

A atitude mais segura

Da mesma forma que no caso dos inseticidas, em que os adultos e as larvas podem escapar de sua ação, como já mencionamos as substâncias de controle alternativo que agem sobre as larvas podem falhar se as mesmas já estiverem prestes a passar para a fase de pupa (em que são “fechadas”, não ingerindo substâncias do meio), ou se o uso não for correto.

Assim, vale lembrar, mais uma vez, que a melhor atitude é eliminar os possíveis criadouros, reduzindo nossas preocupações e riscos, hoje acrescidos, no Brasil, do perigo de contrair a febre amarela, também transmitida pelo Aedes aegypti, e só usar substâncias de controle alternativo ou manter vigilância constante, quanto à presença de larvas, se não for possível eliminar os criadouros.
Temos também que estar conscientes de que, daqui para frente, essas atitudes devem ser uma preocupação que passaremos a nossos filhos e netos, pois dificilmente conseguiremos eliminar totalmente os mosquitos, mas teremos que impedir, continuamente, que se tornem numerosos e nos coloquem novamente em risco. Não podemos nos esquecer de que, neste mundo globalizado em que hoje vivemos, pessoas doentes e objetos contendo ovos (como pneus, tanques e outros) transitam pelo mundo gerando perigo constante.


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